Sonhos...
Sonhei que era a tua amante querida,
A tua amante feliz e invejada;
Sonhei que tinha uma casita branca
À beira dum regato edificada...
A tua amante feliz e invejada;
Sonhei que tinha uma casita branca
À beira dum regato edificada...
Tu vinhas ver-me, misteriosamente,
A horas mortas quando a terra é monge
Que reza. Eu sentia, doidamente,
Bater o coração quando de longe
A horas mortas quando a terra é monge
Que reza. Eu sentia, doidamente,
Bater o coração quando de longe
Te ouvia os passos. E anelante,
Estava nos teus braços num instante,
Fitando com amor os olhos teus!
Estava nos teus braços num instante,
Fitando com amor os olhos teus!
E, vê tu, meu encanto, a doce mágoa:
Acordei com os olhos rasos d' água,
Ouvindo a tua voz num longo adeus!
Acordei com os olhos rasos d' água,
Ouvindo a tua voz num longo adeus!
+*+Florbela Espanca*+*+
in Trocando Olhares
in Trocando Olhares
* Vila Viçosa - Alentejo, 8 de dezembro de 1894
+ Matosinhos - Douro, 8 de dezembro de 1930
*Flor Bela de Alma da Conceição Espanca
Um comentário:
Um bonito poema e uma boa escolha. Os sonhos desvendam o nosso ser inquieto e profundo...
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