sexta-feira, 19 de junho de 2009

Enlevo

Não brilha o sol,
Nem pode a lua
Brilhar na sua
Presença dela!
Nenhuma estrela
Brilha diante
Da minha amante,
Da minha amada!

A madrugada
Quanto não perde!
O campo verde
Quando esmorece!
Quanto parece
A voz da ave
Menos suave
Que a sua fala!

A flor exala
Menos perfume,
Do que é costume
O seu cabelo...
Que basta vê-lo,
Prende-se a gente;
Prende-se e sente
Gosto inefável!

Que riso afável
Aquele riso!
Que paraíso
Aquela boca!
Penetra, toca,
Enche de inveja
Um ar que seja
Da sua graça!

Onde ela passa,
Aonde ela chega,
Quem lhe não prega
Olhos avaros?
Há dotes raros,
Rara doçura
Naquela pura,
Casta existência!

Oh! Que inocência
Que ela respira!
A alma aspira
Não sei que aroma,
Mal nos assoma
Ao longe aquela
Pálida estrela...
Que rege o mundo!

Nunca do fundo
Do oceano
Foi braço humano
Colher ainda
Perola linda,
Como a formosa,
Cândida rosa
Que eu amo tanto!

Não sei, de santo,
Que há no seu gesto...
No ar modesto
Daquele todo!
Naquele modo...
Que tudo esquece,
E nos parece
Estar no céu!

+*+João de Deus+*+

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