Abrem duas janelas para a rua
Abrem duas janelas para a rua,
com trepadeira em arcos de taquara;
a cortina de renda, larga e clara,
alveja ao fundo da vidraça nua.
Em frente o mar, e sobre o mar a lua,
a estrelejar a onda que não pára;
aflam asas por cima e solta vara,
n’água brilhante, o mestre da falua*.
Ecos noturnos e o rumor estranho
da meninada trêfega no banho
voam da praia ao chalezinho dela;
move-se um corpo de mulher, no escuro;
gira, após, o caixilho; e o luar puro
ilumina-lhe o busto na janela!
+*+Bernardino Lopes*+*+
Abrem duas janelas para a rua,
com trepadeira em arcos de taquara;
a cortina de renda, larga e clara,
alveja ao fundo da vidraça nua.
Em frente o mar, e sobre o mar a lua,
a estrelejar a onda que não pára;
aflam asas por cima e solta vara,
n’água brilhante, o mestre da falua*.
Ecos noturnos e o rumor estranho
da meninada trêfega no banho
voam da praia ao chalezinho dela;
move-se um corpo de mulher, no escuro;
gira, após, o caixilho; e o luar puro
ilumina-lhe o busto na janela!
+*+Bernardino Lopes*+*+
*Bernardino da Costa Lopes
*Boa Esperança - RJ, 1859
+Rio de janeiro, 1916
Vocabulário
*falua - Antiga embarcação com câmara à popa, impelida por 20 ou mais remos, ou à vela, e usada para recreio pelos reis portugueses do século XVIII.
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