A um homem
Tu que desceste enfim à negra vala,
Sem que ouvisses um grito o lamento,
A grande voz do mar que vos embala,
A voz dos pinheirais e a voz do vento...
Tu que não viste a luz do Firmamento
E nem soubeste, em êxtase, adorá-la;
Tu que nunca tiveste o sentimento
Do aroma triste que uma flor exala!...
Tu que não choras, vendo uma for morta
Ou um pobre que bate à tua porta,
No redentor suspiro derradeiro,
Nunca foste, meu triste semelhante,
Nem por acaso, apenas por um instante,
Durante a vida, um homem verdadeiro...
+*+Teixeira de Pascoaes+*+
in Sempre, 1898
Tu que desceste enfim à negra vala,
Sem que ouvisses um grito o lamento,
A grande voz do mar que vos embala,
A voz dos pinheirais e a voz do vento...
Tu que não viste a luz do Firmamento
E nem soubeste, em êxtase, adorá-la;
Tu que nunca tiveste o sentimento
Do aroma triste que uma flor exala!...
Tu que não choras, vendo uma for morta
Ou um pobre que bate à tua porta,
No redentor suspiro derradeiro,
Nunca foste, meu triste semelhante,
Nem por acaso, apenas por um instante,
Durante a vida, um homem verdadeiro...
+*+Teixeira de Pascoaes+*+
in Sempre, 1898
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