Canal da Mancha, 1891
Aqui, sobre estas águas cor de azeite,
cismo em meu lar, na paz que havia.
Carlota, à noite, ia ver se eu dormia,
e vinha, de manhã, trazer-me o leite.
Aqui, não tenho um único deleite!
Talvez... baixando, em breve, a água fria,
sem beijo, sem uma ave-maria,
sem uma flor, sem o menor enfeite!
Ah, pudesse eu voltar à minha infância!
Lar adorado, em fumos, à distância,
ao pé de minha irmã, vendo-a bordas...
Minha velha aia, conta-me essa história
que principiava, tenho-a na memória:
“Era uma vez...” Ah! deixe-me chorar!
+*+Antônio Nobre+*+
* Porto, 1867
+ Carreiros – Foz do Douro, 1900
Aqui, sobre estas águas cor de azeite,
cismo em meu lar, na paz que havia.
Carlota, à noite, ia ver se eu dormia,
e vinha, de manhã, trazer-me o leite.
Aqui, não tenho um único deleite!
Talvez... baixando, em breve, a água fria,
sem beijo, sem uma ave-maria,
sem uma flor, sem o menor enfeite!
Ah, pudesse eu voltar à minha infância!
Lar adorado, em fumos, à distância,
ao pé de minha irmã, vendo-a bordas...
Minha velha aia, conta-me essa história
que principiava, tenho-a na memória:
“Era uma vez...” Ah! deixe-me chorar!
+*+Antônio Nobre+*+
* Porto, 1867
+ Carreiros – Foz do Douro, 1900
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