sexta-feira, 1 de maio de 2009

Horas Mortas

Breve momento, após comprido dia
de incômodos, de penas, de cansaço,
inda o corpo a sentir quebrado e lasso,
posso a ti me entregar doce Poesia.

Desta janela aberta à luz tardia
do luar em cheio a clarear no espaço,
vejo-te vir, ouço-te o leve passo
na transparência azul da noite fria.

Chegas. O ósculo teu me vivifica.
Mas é tão tarde! Rápido flutuas,
tornando algo à etérea imensidade,

e na mesa a que escrevo apenas fica
sobre o papel – rastro das asas tuas –
em verso, um pensamento, uma saudade.

+*+Alberto de Oliveira+*+

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