Ai Nise amada...
Ai Nise amada! se este meu tormento,
se estes meus sentidíssimos gemidos
lá no teu peito, lá nos teus ouvidos
achar pudessem brando acolhimento;
como alegre em servir-te, como atento
meus votos tributara agradecidos!
Por séculos de males bem sofridos
trocara todo o meu contentamento.
Mas se na incontrastável pedra dura
de teu rigor não há correspondência
para os doces afetos de ternura,
cesse de meus suspiros a veemência;
que é fazer mais soberba a formosura
adorar o rigor da resistência.
+*+Claudio Manuel da Costa+*+
se estes meus sentidíssimos gemidos
lá no teu peito, lá nos teus ouvidos
achar pudessem brando acolhimento;
como alegre em servir-te, como atento
meus votos tributara agradecidos!
Por séculos de males bem sofridos
trocara todo o meu contentamento.
Mas se na incontrastável pedra dura
de teu rigor não há correspondência
para os doces afetos de ternura,
cesse de meus suspiros a veemência;
que é fazer mais soberba a formosura
adorar o rigor da resistência.
+*+Claudio Manuel da Costa+*+
* Ribeirão do Carmo (Mariana), 1729
+ Vila Rica (Ouro Preto), 1789
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