Horas breves de meu contentamento*
Horas breves de meu contentamento,
nunca me pareceu, quando vos tinha,
que vos visse tornadas tão asinha
em tão compridos dias de tormento.
Aquelas torres, que fundei ao vento,
o vento as levou, já que as sustinha,
do mal, que me ficou, a culpa é minha,
que sobre coisas vãs fiz fundamento.
Amor com rosto ledo, e vista branca
promete quanto dele deseja,
tudo possível faz, tudo segura:
mas dês que dentro n’alma reina, e manda,
como na minha fez, quer que se veja
quão fugitivo é, quão pouco dura.
+*+Diogo Bernardes+*+
*Este soneto também é atribuído a Luis de Camões.
Horas breves de meu contentamento,
nunca me pareceu, quando vos tinha,
que vos visse tornadas tão asinha
em tão compridos dias de tormento.
Aquelas torres, que fundei ao vento,
o vento as levou, já que as sustinha,
do mal, que me ficou, a culpa é minha,
que sobre coisas vãs fiz fundamento.
Amor com rosto ledo, e vista branca
promete quanto dele deseja,
tudo possível faz, tudo segura:
mas dês que dentro n’alma reina, e manda,
como na minha fez, quer que se veja
quão fugitivo é, quão pouco dura.
+*+Diogo Bernardes+*+
*Este soneto também é atribuído a Luis de Camões.
* Ponte da Barca - Minho, 1530
+ Ponte da barca- Minho, 1605
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