Visita a casa Paterna
Como a ave que volta ao ninho antigo,
depois de um longo e tenebroso inverno,
eu quis também rever o lar paterno,
o meu primeiro e virginal abrigo.
Entrei. Um gênio carinhoso e amigo,
e fantasma talvez do amor materno,
tomou-me as mãos, olhou-me grave e terno,
e passo a passo, caminhou comigo.
Era esta a sala (oh, se me lembro, e quanto!)
em que da luz noturna à claridade,
minhas irmãs e minha mãe... O pranto
jorrou-me em ondas... Resistir quem há de?
Uma ilusão gemia em cada canto,
chorava em cada canto uma saudade!
+*+Luis Guimarães Junior+*+
Como a ave que volta ao ninho antigo,
depois de um longo e tenebroso inverno,
eu quis também rever o lar paterno,
o meu primeiro e virginal abrigo.
Entrei. Um gênio carinhoso e amigo,
e fantasma talvez do amor materno,
tomou-me as mãos, olhou-me grave e terno,
e passo a passo, caminhou comigo.
Era esta a sala (oh, se me lembro, e quanto!)
em que da luz noturna à claridade,
minhas irmãs e minha mãe... O pranto
jorrou-me em ondas... Resistir quem há de?
Uma ilusão gemia em cada canto,
chorava em cada canto uma saudade!
+*+Luis Guimarães Junior+*+
* Rio de Janeiro, 1841
+ Lisboa, 1898
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