Elegias Romanas
Falai-me, ó pedras! oh falai, vós altos palácios!
Ruas, dizei uma palavra! Gênio, não te moves?
Sim, tudo tem alma nos teus santos muros,
Roma eterna; só para mim tudo se cala ainda.
Quem me diz segredos, em que fresta avisto
Um dia o ser belo que queimando me alivie?
Não pressinto ainda os caminhos, pelos quais sempre,
Pra ir dela e pra ela, sacrifique o tempo precioso?
Ainda contemplo igrejas, palácios, ruínas, colunas,
Homem composto, decoroso, que aproveita a viagem.
Mas em breve passa: então haverá um só templo,
O templo do Amor, que se abra e receba o iniciado!
És um mundo em verdade, ó Roma; mas sem o Amor
O mundo não era mundo, e Roma não era Roma.
Falai-me, ó pedras! oh falai, vós altos palácios!
Ruas, dizei uma palavra! Gênio, não te moves?
Sim, tudo tem alma nos teus santos muros,
Roma eterna; só para mim tudo se cala ainda.
Quem me diz segredos, em que fresta avisto
Um dia o ser belo que queimando me alivie?
Não pressinto ainda os caminhos, pelos quais sempre,
Pra ir dela e pra ela, sacrifique o tempo precioso?
Ainda contemplo igrejas, palácios, ruínas, colunas,
Homem composto, decoroso, que aproveita a viagem.
Mas em breve passa: então haverá um só templo,
O templo do Amor, que se abra e receba o iniciado!
És um mundo em verdade, ó Roma; mas sem o Amor
O mundo não era mundo, e Roma não era Roma.
+*+Johann Wolfgang von Goethe+*+
* Frankfurt am Main, 28 de agosto de 1749
+ Weimar, 22 de março de 1832
imagem: Dante Gabriel Rossetti
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