Ausente, pensativo, solitário,
como se vos tivera ali presente,
dou e tomo as razões ousadamente
firme em amor, em pensamentos vário.
Quando venho ante vós com temerário
fervor renovo n’alma juntamente
quantos cuidados tive estando ausente,
que tudo em tal aperto é necessário.
Uns aos outros se impedem na saída
e querem cometer e não se abalam,
e vou para falar e fico mudo.
porém, meus olhos, minha cor perdida,
meu pasmo, meu silêncio, por mim falam,
e não dizendo nada, digo tudo.
+*+Estêvão Rodrigues de Castro+*+
* Lisboa?, 1559
+ ?, 1637
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