O velho palácio
Houve outrora um palácio, hoje em ruínas,
Fundado numa rocha, à beira mar...
Donde se avistam lívidas colinas,
E se ouve o vento nos pinhais pregar.
Houve outrora um palácio hoje em ruínas...
Nesse triste palácio inabitável,
As janelas, sem vidros, contra os ventos,
Batem, de noite em coro miserável,
Lembrando gritos, uivos e lamentos.
Nesse triste palácio inabitável...
Só resta uma varanda solitária,
Onde medra uma flor que bate o norte,
Sacudida da chuva funerária,
Lavada de um luar branco de morte.
Só resta uma varanda solitária...
Como nessa varanda apodrecida
Em minha alma uma flor também vegeta...
Toda a noite dos ventos sacudida,
Íntima, humilde, lírica, secreta.
Como nessa varanda apodrecida...
Houve outrora um palácio, hoje em ruínas,
Fundado numa rocha, à beira mar...
Donde se avistam lívidas colinas,
E se ouve o vento nos pinhais pregar.
Houve outrora um palácio hoje em ruínas...
Nesse triste palácio inabitável,
As janelas, sem vidros, contra os ventos,
Batem, de noite em coro miserável,
Lembrando gritos, uivos e lamentos.
Nesse triste palácio inabitável...
Só resta uma varanda solitária,
Onde medra uma flor que bate o norte,
Sacudida da chuva funerária,
Lavada de um luar branco de morte.
Só resta uma varanda solitária...
Como nessa varanda apodrecida
Em minha alma uma flor também vegeta...
Toda a noite dos ventos sacudida,
Íntima, humilde, lírica, secreta.
Como nessa varanda apodrecida...
+*+Gomes Leal+*+
* Lisboa, 6 de junho de 1848
+ Lisboa, 29 de janeiro de 1921
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