domingo, 15 de fevereiro de 2009

Se eu de ti me esquecer

Se eu de ti me esquecer, nem mais um riso
possam meus tristes lábios desprender;
para sempre abandone-me a esperança,
se eu de ti me esquecer.

Negue-me auras o ar, neguem-me os bosques
sombra amiga, em que possa adormecer,
não tenham para mim murmúrio as águas,
se eu de ti me esquecer.

Em minhas mãos em áspide se mude
no mesmo instante a flor, que eu for colher;
em fel a fonte a que chegar meus lábios,
se eu de ti me esquecer.

Em meu peregrinar jamais encontre
pobre albergue, onde possa me acolher;
por todos esquecido viva e morra,
se eu de ti me esquecer.

Se eu de ti me esquecer, nem uma lágrima
caia sobre o sepulcro, em que eu jazer;
de plaga em plaga, foragido vague,
se eu de ti me esquecer.

+*+Bernardo Joaquim da Silva Guimarães+*+

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