Rosa mística
Do pôr-do-sol àquela luz sagrada,
eu perdia-me... ó hora doce e breve!...
Meu peito junto ao seu colo de neve,
numa contemplação grave e elevada.
Nossas almas se erguiam, como deve
erguer-se uma alma à luz afortunada.
Do mar se ouvia a grande voz chorada.
Palpitavam as pombas no ar leve.
Eu então perguntei-lhe, baixo e brando:
– Em que mundos de luz é que caminhas?
Que torre está a tua alma arquitetando?...
Ela, travando as suas mãos das minhas,
me disse, ingênua, então: – Estou cismando
no que dirão, no ar, as andorinhas.
+*+Gomes Leal+*+
Do pôr-do-sol àquela luz sagrada,
eu perdia-me... ó hora doce e breve!...
Meu peito junto ao seu colo de neve,
numa contemplação grave e elevada.
Nossas almas se erguiam, como deve
erguer-se uma alma à luz afortunada.
Do mar se ouvia a grande voz chorada.
Palpitavam as pombas no ar leve.
Eu então perguntei-lhe, baixo e brando:
– Em que mundos de luz é que caminhas?
Que torre está a tua alma arquitetando?...
Ela, travando as suas mãos das minhas,
me disse, ingênua, então: – Estou cismando
no que dirão, no ar, as andorinhas.
+*+Gomes Leal+*+
* Lisboa, 6 de junho de 1848
+ Lisboa, 29 de janeiro de 1921
+ Lisboa, 29 de janeiro de 1921
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