Cantiga de escárnio

De vós, senhor, quer’eu dizer verdade
e nom já sobr’[o] amor que vos ei:
senhor, bem [moor] é vossa torpidade
de quantas outras eno mundo se;
assi de fea come de maldade
nom vos vence oje senom filha dum rei.
[Eu] nom vos amo nem me perderei,
u vos nom vir, por vós de soidade.
[...]

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Sobre vós, senhora, eu quero dizer verdade
e não já sobre o amor que tenho por vós:
senhora, bem maior é vossa torpidez
do que a de quantas outras conheço no mundo;
tanto na feiúra quanto na maldade
não vos vence hoje senão a filha de um rei.
Eu não vos amo nem me perderei
de saudade por vós, quando não vos vir.

+*+Pero Larouco+*+