Amar a Morte
Amar de peito aberto a morte.
Não de esguelha, de frente.
Amar a morte,
digamos,
despudoradamente.
Amá-la como se ama
uma bela mulher
e inteligente. Amá-la
diariamente
sabendo que por mais
que a amemos
ela se deitará com uns e outros
indiferente.
+*+Affonso Romano de Sant’Anna+*+
* Belo Horizonte, 27 de março 1937
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