Soror Tereza
E um dia as monjas foram dar com ela
morta, da cor de um sonho de noivado,
no silêncio cristão da estreita cela,
lábios nos lábios de um Crucificado...
Somente a luz de uma piedosa vela
ungia, como um óleo derramado,
o aposento tristíssimo daquela
que morrera num sonho, sem pecado...
Todo o mosteiro encheu-se de tristeza,
e ninguém soube de que dor escrava
morreu a divinal soros Tereza...
Não creio que, do amor, a morte venha,
mas sei que a vida da soror boiava
dento dos olhos do Senhor da Penha...
+*+Maranhão Sobrinho+*+
* Barra da Corda -MA, 1879
+ Manaus, 1915
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