De saudades vou morrendo
De saudades vou morrendo
E na morte vou pensando;
Meu amor, por que partiste
sem me dizer até quando?
Na minha boca tão triste
Ó alegrias, cantai!
Mas quem acode ao que eu digo?
– Enchei-vos d'água, meus olhos,
Enchei-vos d'água, chorai!
Ó meu tesoiro! por quem
Padece meu coração dolorido
– Que linda noite aí vem!...
A tua carta,
Mil vezes a tenho lido.
Nunca me troques por outro,
Não me enganes – vida minha!
Sofro tanto!
A quem contarei meus males,
Negros males tristes queixas,
Se tu me deixas?
De saudades vou morrendo
E na morte vou pensando;
Meu amor, por que partiste
sem me dizer até quando?
Na minha boca tão triste
Ó alegrias, cantai!
Mas quem acode ao que eu digo?
– Enchei-vos d'água, meus olhos,
Enchei-vos d'água, chorai!
Ó meu tesoiro! por quem
Padece meu coração dolorido
– Que linda noite aí vem!...
A tua carta,
Mil vezes a tenho lido.
Nunca me troques por outro,
Não me enganes – vida minha!
Sofro tanto!
A quem contarei meus males,
Negros males tristes queixas,
Se tu me deixas?
+*+António Botto+*+
in Canções
* Conclava - Abrantes, 17 de agosto de 1897
+ Rio de Janeiro, 16 de março de 1959
imagem: Pablo Picasso, The Old Guitarist, 1903
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