Mais Luz!
Amem as noites os magros crapulosos,
E os que sonham com virgens impossíveis,
E os que se inclinam, mudos e imapassíveis,
À borda doa abismos silênciosos...
Tu, Lua, com teus raios vaporosos,
Cobre-os, tapa-os e torna-os insensíveis,
Tanto aos vícios cruéis e inextinguíveis
Como a tarde rumorosa e repousada.
Eu amarei a santa madrugada,
E o meio-dia, em vida refervendo,
E a tarde rumorosa e repousada.
Viva e trabalhe em plena luz: depois,
Seja-me dado ainda ver, morrendo,
O claro Sol, amigo dos heróis!
+*+Antero de Quental+*+
Amem as noites os magros crapulosos,
E os que sonham com virgens impossíveis,
E os que se inclinam, mudos e imapassíveis,
À borda doa abismos silênciosos...
Tu, Lua, com teus raios vaporosos,
Cobre-os, tapa-os e torna-os insensíveis,
Tanto aos vícios cruéis e inextinguíveis
Como a tarde rumorosa e repousada.
Eu amarei a santa madrugada,
E o meio-dia, em vida refervendo,
E a tarde rumorosa e repousada.
Viva e trabalhe em plena luz: depois,
Seja-me dado ainda ver, morrendo,
O claro Sol, amigo dos heróis!
+*+Antero de Quental+*+
* Ponta Delgada - Açores, 1842
+ Ponta Delgada - Açores - 1891
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