A dor
Chama-se a Dor, e quando passa, enluta
E todo mundo que por ela passa
Há de beber a taça cicuta
E há de beber te o fim da taça!
Há de beber, enxuto o olhar, enxuta
A face e o travo há de sentir, e a ameaça
Amarga dessa desgraçada fruta
Que é a fruta amargosa da Desgraça!
E quando o mundo todo paralisa
E quando a multidão toda agoniza,
Ela, inda altiva, ela inda o olhar sereno
De agonizante multidão rodeada,
Derrama em cada boca envenenada
Mais uma gota do fatal veneno!
+*+Augusto dos Anjos*+*+
Chama-se a Dor, e quando passa, enluta
E todo mundo que por ela passa
Há de beber a taça cicuta
E há de beber te o fim da taça!
Há de beber, enxuto o olhar, enxuta
A face e o travo há de sentir, e a ameaça
Amarga dessa desgraçada fruta
Que é a fruta amargosa da Desgraça!
E quando o mundo todo paralisa
E quando a multidão toda agoniza,
Ela, inda altiva, ela inda o olhar sereno
De agonizante multidão rodeada,
Derrama em cada boca envenenada
Mais uma gota do fatal veneno!
+*+Augusto dos Anjos*+*+
* Cruz do Espírito Santo - PB, 20 de abril de 1884
+ Leopoldina, 12 de novembro de 1914
*Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos
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