O albatroz
Ás vezes, por prazer, os homens da equipagem
Pegam de um albatroz, enorme ave do mar,
Que segue, indolente companheiro de viagem
O navio no abismo amargo a deslizar.
E por sobre o convés, mal estendido apenas,
O monarca do azul, canhestro e envergonhado,
Assas que enchem de dó, grandes e de alvas penas,
Eis que deixa arrastar como remos ao lado,
O alado viajante tomba como num limbo!
Hoje é cômico e feio, ontem tanto agradava!
Um ao seu bico leva o irritante cachimbo,
Outro imita a coxear o doente que voava!
O poeta é semelhante ao príncipe do céu
Que do arqueiro se ri e da tormenta no ar;
Exilado na terra e em meio do escarcéu,
As asas de gigante impedem-no de andar.
+*+Charles Baudelaire*+*+
Ás vezes, por prazer, os homens da equipagem
Pegam de um albatroz, enorme ave do mar,
Que segue, indolente companheiro de viagem
O navio no abismo amargo a deslizar.
E por sobre o convés, mal estendido apenas,
O monarca do azul, canhestro e envergonhado,
Assas que enchem de dó, grandes e de alvas penas,
Eis que deixa arrastar como remos ao lado,
O alado viajante tomba como num limbo!
Hoje é cômico e feio, ontem tanto agradava!
Um ao seu bico leva o irritante cachimbo,
Outro imita a coxear o doente que voava!
O poeta é semelhante ao príncipe do céu
Que do arqueiro se ri e da tormenta no ar;
Exilado na terra e em meio do escarcéu,
As asas de gigante impedem-no de andar.
+*+Charles Baudelaire*+*+
* Paris, 9 de abril de 1821
+ Paris, 31 de agosto de 1867
*Charles Pierre Baudelaire
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