Violoncelo
Chorai, arcadas
Do violoncelo!
Convulsionadas,
Pontes aladas
De pesadelo...
De que esvoaçam,
Brancos, os arcos...
Por debaixo passam,
Se despedaçam,
No rio, os barcos.
Fundas, soluçam
Caudais de choro...
Que ruínas, (ouçam)!
Se se debruçam,
Que sorvedouro!...
Trêmulos astros...
Solidões lacustres...
– Lemes e mastros...
E os alabastros
Dos balaústres!
Urnas quebradas!
Blocos de gelo...
– Chorai, arcadas,
Despedaçadas,
Do violoncelo.
+*+Camilo Pessanha*+*+
in Clepsidra, 1945
Chorai, arcadas
Do violoncelo!
Convulsionadas,
Pontes aladas
De pesadelo...
De que esvoaçam,
Brancos, os arcos...
Por debaixo passam,
Se despedaçam,
No rio, os barcos.
Fundas, soluçam
Caudais de choro...
Que ruínas, (ouçam)!
Se se debruçam,
Que sorvedouro!...
Trêmulos astros...
Solidões lacustres...
– Lemes e mastros...
E os alabastros
Dos balaústres!
Urnas quebradas!
Blocos de gelo...
– Chorai, arcadas,
Despedaçadas,
Do violoncelo.
+*+Camilo Pessanha*+*+
in Clepsidra, 1945
*Camilo Almeida Pessanha
* Coimbra - Portugal, 7 de setembro de 1867
+ Macau - China , 1 de março de 1928
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